4/06/2019

Alma dos Soldados (2015 | Várias Plataformas)


Análise

(O texto levemente alterado, sem os maneirismos da fala =P A história toda (Lenda do Cosmo e Batalha de Ouro) você pode checar nas listas de reprodução criadas pelo Canal ao final do texto)

Alma dos Soldados, ou Soldier’s Soul, saiu em 2015 para várias plataformas, mas eu que sou sempre atrasado nas coisas, só joguei agora mesmo em 2019. 

Lembro de um amigo meu, alguns anos já, que nem acompanha muito do fandom nem nada, num futiba de segunda, que veio me contar que tinha comprado o jogo e que foi uma das melhores compras dele pro PS4, porque o jogo tinha lutas super legais, dublado e batia uma nostalgia danada. 

Bom, cheguei no jogo. E ele tinha razão.

O jogo é bem fácil de jogar e isso é ótimo. Eu sei, pra quem viu ao vivo aí, sabe que eu andei apanhando dos bicho, mas em geral qualquer batata consegue jogar. Não depende de combinações muito complicadas pra soltar os especiais e amassando o botão já dá pra dar uns combos bem legais. 

As lutas em si, aliás, são incríveis; eu fiquei bem impressionado, porque, bem, Cavaleiros não tem exatamente lutas fisicamente super bem animadas, impactantes e tudo mais; o legal das lutas de Saint Seiya geralmente é no drama, nos dilemas, nas histórias passadas dos personagens. É muito raro em Cavaleiros os caras saírem na mão, terem lutas super empolgantes e impactantes por conta da força colocada na luta.

Então é uma surpresa ver que é possível Cavaleiros ter, além de lutas super dramáticas e com histórias legais, também ter lutas visualmente empolgantes e impactantes.

Eu sei que cheguei no bonde atrasadíssimo e a turma que já joga Cavaleiros desde o PS2 já tinha essa noção, eu que sou bem atrasado mesmo.

Nessa herança de jogos da Bandai, aliás, que muitos reclamam da reciclagem que é feita jogo a jogo, pra quem nunca jogou nada, eu achei bem impresisonante a criatividade dos desenvolvedores em dar um estilo único e bem característico pra cada um dos personagens disponíveis. E são muitos! Nesse sentido, lutar e bater no seu oponente utilizando o Shaka, não parece algo totalmente bizarro, pois o personagem mesmo dando na cara do inimigo, ainda guarda semelhança com sua temática. E isso é bem legal.

O que é verdade das lutas do desenho é que as técnicas dos Cavaleiros em geral são incríveis, com animações bacanas e muito icônicas e nesse sentido, as técnicas especiais do jogo também são ótimas e muito bem animadas. São elegantes e cheias de pose, mas potencializadas pela fluidez de animação e também pelas escolhas criativas da Bandai. Os Big Bang Attacks são um charme à parte. O do Seiya Divino, a primeira vez que fiz, fiquei bem impressionado com o menino.

Bom, agora que já falei bem pra caceta. É estranhíssimo jogar um jogo lançado em 2015 que parece que foi feito em 2005; eu nem sou qualquer tarado por gráficos que quer cada folha de grama renderizada, mas o caso aqui é bem destoante dos jogos da mesma época. A modelagem de personagens e até mesmo dos cenários não chega a ser ruim, mas a falta de polidez, de acabamento dá um visual extremamente datado para o jogo. Ele se assemelha muito ao Saint Seiya Online, de 2013, que propositalmente tem um 3D menos polido, pois por ser um MMO, é feito justamente para rodar no maior número de máquinas pouco potentes (como qualquer MMO). Para um jogo de luta relativamente recente, o gráfico é totalmente incompatível com sua época.

Além do gráfico ser coisa do passado, é mais incompreensível ainda a qualidade dramática das cenas de transição, as famosas cutscenes do Modo História. São totalmente sem qualquer inspiração, os personagens ficam fixos no lugar, a câmera fica fixa nos personagens, não tem qualquer trabalho dramático.

E isso não é culpa do gráfico fraco, compare, de novo, com o mesmo Saint Seiya Online que tem praticamente o mesmo estilo gráfico, mas que consegue, mesmo com essa limitação, ter cenas de transição absolutamente incríveis. Anos-luz do que vemos nesse jogo.

E pra mim não faz sentido, pois o mais difícil é criar as movimentações de luta, é potencializar os ataques especiais como Big Bangs, e os próprios Big Bangs são muito bem dirigidos. Não consigo entender porque as cenas de transição são tão ruins, principalmente se considerarmos o trabalho de voz do jogo, pois há um esforço enorme em trazer as vozes originais em japonês para representar um número altíssimo de personagens nessas cenas. Justiça seja feita, as cenas de transição do excelente Dragon Ball FighterZ também são extremamente pobres criativamente. Enfim.

Ainda sobre vozes, a nostalgia do jogo é garantida justamente pela localização em português do jogo que trouxe todos os dubladores originais da série, o que é, também, um trabalho incrível, considerando o número de personagens que tem o jogo. Estão de parabéns e a dublagem vale muito a pena e guarda boas surpresas, como a nova voz de Camus, ou até mesmo como a dublagem de Mu está bem mais próxima da que conhecemos se compararmos com a Saga de Hades. Há também boas surpresas da história que traz cenas como Marin contra Gêmeos em StarHill dublado e dilemas de Cavaleiros em suas batalhas individuais.

Por vezes, é claro, a dublagem parece esquisita e estranha, que se deve ao fato da dificuldade que é dublar arquivos separados do jogo com tempos fixos e tudo mais. Compreensível e, não tenho dúvida, a dublagem é muito mais positiva do que negativa. Muito legal mesmo jogar o jogo dublado, espero que continuem localizando o jogo.

As músicas originais do jogo não fazem jus ao histórico ótimo de músicas do mundo de CdZ; pra quem joga no PC, há mods que colocam as músicas originais para jogar e ele cresce ainda mais. É outro jogo com as músicas certas. =)

Em termos de história, o jogo conta as 12 Casas de maneira bem completa; traz o arco de Asgard com todos os dilemas e histórias dos Guerreiros Deuses, embora de maneira bem pobre por conta da falta de cenas mais criativas. O Arco de Poseidon também vem com uma versão um pouco mais resumida e a Saga de Hades então, nem se fale, é a mais abreviada de todas.

Além do Modo História, temos também a Batalha de Ouro que foi o jeito que encontraram de colocar as Armaduras de Ouro Divinas que apareceram em Alma de Ouro, pra dentro do jogo. O Modo traz três lutas para cada Cavaleiro de Ouro explorando alguns dilemas próprios e é bem interessante ver essas mini-histórias sendo contadas, embora pareça também um pouco improvisada e totalmente com cara de fanfic.

Apesar da falta de polidez do jogo, a pobreza das cenas de transição e a brevidade das histórias, o jogo ainda assim é realmente muito divertido, pois as lutas são bem dinâmicas, explosivas, brilhantes e cheias de impacto. Há uma variedade muito bacana de personagens e, de novo, é muito legal ver como conseguiram dar um estilo próprio pra cada um dos personagens do jogo.

O jogo diverte bastante. E se o jogo diverte, é isso que importa.

E que venham jogos melhores.

Bruno "Masei" Portella

Lenda do Cosmo (Vídeos)


Batalha de Ouro (Vídeos)


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